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A planta que gera empregos

Demissões provocadas pela crise levaram muita gente a vender os produtos à base de babosa da Forever Living. Com isso, a receita da empresa disparou.

A CRISE FINANCEIRA internacional parece ter contaminado as mais diversas empresas dos mais diversos setores. Mas veja o que diz Gregg Maughan, presidente da Forever Living, empresa americana de alimentos e produtos de higiene pessoal. “Muitas companhias realmente estão passando por momentos ruins. Mas nossas vendas aumentaram 20% em relação ao ano passado”, afirma ele. Fundada há 30 anos por Rex Maughan, pai de Gregg, a Forever criou um modelo de negócios peculiar de vendas diretas, baseado em representantes individuais. Os produtos não são vendidos em lojas próprias ou multimarcas, mas no sistema porta-a-porta. Algo semelhante ao que faz a Amway, outra companhia americana do setor. E foi esse modelo que garantiu o aumento das vendas citado por Gregg Maughan. Segundo ele, em países como os EUA, em que muitas pessoas estão sendo demitidas, ou forçadas a se aposentar mais cedo do que planejavam por causa da crise, a chance de se tornar um distribuidor da Forever Living se mostra muito atraente. Para a companhia, cada novo representante independente em sua estrutura significa mais gente comercializando produtos da marca, o que gera mais e mais vendas. Especializada em produtos fabricados com base em Aloe Vera, nome chique da popular babosa, a companhia estima em 20% o aumento de faturamento após o estouro da crise. “Oferecemos exatamente o que as pessoas querem agora, uma oportunidade para abrir seu próprio negócio”, afirma Gregg à DINHEIRO.

Esses novos parceiros recebem treinamento e, a partir daí, estão aptos a evender os produtos da Forever Living em suas regiões. Seu método de trabalho é muito semelhante ao implantado pela Natura no Brasil, com suas “representantes” – na prática, vendedoras independentes. Para o recém-desempregado ou aposentado, o negócio é uma oportunidade de atenuar a perda do salário ou a retração nos rendimentos causada pela aposentadoria precoce, e ainda abrir a possibilidade de crescimento empresarial. Gregg diz ainda que, mesmo sem contar os novos distribuidores, o desempenho de sua empresa não tem sido muito afetado pela turbulência, o que é significativo em se tratando de uma fabricante de produtos de uso pessoal. De acordo com ele, o fato de serem produtos com apelo “saudável” ajuda a amenizar os efeitos da retração no consumo. “Acho que as pessoas, cada vez mais, procuram esse tipo de mercadoria, independentemente da retração na economia. Seu interesse é por uma vida melhor, às vezes até mais nesses momentos complicados”, explica o empresário.

Gregg afirma que a experiência ajuda a enfrentar a atual crise. “Estamos no mercado desde 1978 e passamos por algumas turbulências. No fim, os efeitos para nós foram muito limitados, e não está sendo diferente agora”, comemora. Os números parecem confirmar o que ele disse. Com um ano de vida, a empresa faturou US$ 9 milhões. Dois anos depois, em 1981, ela passou a vender US$ 1 milhão por dia. Em 1984, a receita superava os US$ 100 milhões por ano e, em 1998, passaram de US$ 1 bilhão. A marca de US$ 2 bilhões foi alcançada sete anos depois, em 2005. No ano passado, ficou em US$ 2,1 bilhões. Hoje a empresa está presente em mais de 120 países, inclusive o Brasil, que, segundo Gregg, é o segundo maior mercado da Forever Living no mundo, atrás apenas do Japão. “E isso ainda pode mudar até nossa próxima convenção, em agosto do ano que vem”, diz ele, criando suspense. Atualmente, a companhia tem mais de 516 mil distribuidores independentes no Brasil, suportados por uma estrutura própria que emprega 350 pessoas em vários escritórios espalhados pelo País.

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